Livros, cadernos e apostilas enchem as mochilas dos estudantes, e o
peso carregado por eles, diariamente, preocupa pais e especialistas.
Usar o modelo adequado de mochila, carregá-la de forma correta e
eliminar itens desnecessários são algumas das alternativas que podem
amenizar o problema. Há escolas que têm adotado medidas como instalar
armários para o aluno guardar o material.
A Academia Americana de Pediatria considera que o ideal é que a
mochila tenha entre 10% e 20% do peso corporal do estudante. Há estudos
que apontam que o ideal é que o peso da mochila não exceda 10% do peso
corporal. Má postura, dores e problemas de locomoção são alguns dos
problemas que o excesso de peso pode causar, de acordo com a cartilha
feita em parceria pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia
(SBOT) e o Proteste.
Ao escolher uma mochila, é importante que ela não pese mais que meio
quilo quando vazia. O ideal é que seja de duas tiras, pois as de uma
tira não distribui o peso uniformemente nos ombros. O estudante deve
tensionar as tiras para que a mochila fique bem junto ao corpo e
aproximadamente cinco centímetros acima da linha da cintura.
As alças devem ser acolchoadas, reguláveis e com largura mínima de
quatro centímetros na altura dos ombros. Tiras estreitas podem causar
compressão nos ombros e restringir a circulação. É interessante também
concentrar os objetos mais pesados no centro da mochila e mais próximos
das costas.
Em Brasília, o Colégio Marista desenvolveu durante três anos um
projeto com vídeos e orientação dos professores para estimular o uso dos
armários, locados pela escola, e da mochila de rodinhas, e fez a Blitz
da Mochila. Na blitz, os professores conferiam na chegada dos estudantes
quem estava com um modelo adequado e carregava o material de forma
correta. Houve também balanças para pesar a mochila. Quem estava com
tudo certo ganhava um adesivo atestando aprovação.
A partir do sexto e sétimo anos, os estudantes começam a achar que
utilizar a mochila de rodinha é “mico”, então, compram a mochila de
alça, que pesa de sete a oito quilos com o material, e usam pendurada em
um ombro só. Não tem como reduzir os livros, então compete às escolas
um bom trabalho de conscientização com os meninos.
Compete também aos pais verificar, periodicamente, o material dos
filhos para conferir se não estão carregando objetos desnecessários.
Muitos estudantes carregam joguinhos, revistas, gibis e aumentam o peso.
Se eles levarem para a escola apenas o necessário, certamente haverá
redução do peso.
Também é preciso ter cuidado com o uso da mochila de rodinhas. A alça
do carrinho deve estar a uma altura apropriada às costas retas ao
puxá-la. A cartilha do Proteste e SBOT alerta que para que essa seja uma
opção melhor, as escolas devem adotar rampas e elevadores para evitar
que as crianças tenham que levantar a mochila nas escadas.
As discussões em torno do excesso de peso das mochilas de crianças e
adolescentes resultaram em projeto de lei que tramita no Congresso
Nacional, segundo o qual as mochilas devem ter, no máximo, 15% do peso
do estudante.
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